Antes, eu achava que o poeta Oswald de Andrade, haveria perdido uma ótima oportunidade de mexer no soneto. De desestruturá-lo como ele fez com a balada, por exemplo. Hoje, com um pouco mais de leitura, penso diferente.
O soneto é uma forma fixa desenvolvido em quatro estrofes, sendo elas: duas quadras e dois tercetos. O mais usado pelos poetas é o decassílabo, que contem dez sílabas métricas, podendo ser sáfico: com cesuras nos pares 4-8-10. Ou heroico: com pausas na sexta e décima sílabas métricas.
Provindo de uma Escola Literária que trazia um nova visão de arte, o Modernismo. Oswald de Andrade, um dos principais membros dessa Escola, introduziu no Brasil, uma nova maneira de fazer poesia. Uma poesia curta, satírica, sintética, que parecia mais um esboço de um poema, e que por essa razão, não foi aceito pela súcia, acostumada à métrica e à rima dos sonetos Parnasianos.
Mas Oswald, não só não mexeu na estrutura do soneto. Enquanto muitos se curvaram aos seus quatorze golpes, como Manuel Bandeira por ser de origem Parnasiana. Carlos Drummond de Andrade, que dizia que seu maior sonho era ter feito parte do Parnasianismo. Até mesmo Mário de Andrade, que se mostrou bem econômico em relação aos sonetos. Ele o deixou irretocável, isto é, simplesmente o ignorou.
Esta, com certeza, foi a maior resposta que alguém poderia ter dado.e que passa despercebido na ótica de muitos bambambãs por aí. Mas tarde, Augusto dos Anjos incorpora ao soneto palavras apoéticas, não usadas até então em poesia. Foi uma audácia. Mas ninguém foi tão espetacular quanto aquele que, a meu ver, foi 100% Modernista.
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