PAPEL
Sê como aquelas árvores antigas,
impolutas à beira do caminho...
Recebendo do vento tal carinho,
e oferecendo sombra a quem se abriga.
Ou companhia ao ser sempre sozinho,
a transitar por entre elas, amigas.
As árvores tão boas quanto antigas,
a esparzirem caridade p'lo caminho.
Sê como Elas, benéficas ao mundo,
ao saciar a fome do moribundo.
A reinar sobre a terra e sob o céu!
E mesmo empós, da serra, a ouvir-lhe o ronco,
a podar-lhe rés a terra pelo tronco...
Mesmo empós... Ela cumpre o seu papel!
Miguel de Souza
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