Quando eu era menino nos idos dos anos 80, tinha certa raiva do Biro-Biro. Mas era uma raiva boa, se é que isso existe. O cara parecia eterno com aquela camisa de número 5 do Corinthians. Era um jogador muito regular, nunca o vi tomando um cartão amarelo, que dirá sendo expulso. Nunca soube que o cara tinha se machucado e ficado de fora de tal jogo. Quando o Corinthians jogava, lá estava o Biro-Biro com aquela cabeleira marcante no meio de campo do Timão.
Sem contar que dificilmente errava um passe. Quando a bola chegava nele, a jogada tinha sempre um prosseguimento. Não era um craque, mas fazia o seu feijão com arroz bem feito. Não me lembro do Biro-Biro metido em alguma confusão dentro ou fora de campo com ninguém. Outro dia, ao assistir um jogo do Corinthians pela tevê, o vi na arquibancada torcendo pelo seu time. Tive uma espécie de saudade do cara, e findei lhe escrevendo um poema.
Quando eu era menor
achava que todos passariam
exceto o Biro-Biro!
Ele continuaria empunhando
a camisa alvinegra
do Corinthians
aquela de número cinco.
Um dia desses o vi
na arquibancada
torcendo pelo Timão!
É, senhoras e senhores
tudo passa, até o Biro-Biro!
Miguel de Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário