Aniversaria hoje o meu sobrinho Helton Silva, no auge dos seus 35 anos de caminhada. Sempre o vejo meio que descompromissado com as coisas que a vida nos impõe. A tocar sua viola, a viver sua vida! Mas sei que não é bem assim. É impressão minha! Enquanto, envolto com meus poemas, eu vou vivendo com a dura responsabilidade de criar e criar! Foi numa dessas observações que criei o soneto Seria bom. Parabéns!
SERIA BOM
Pro Helton, sobrinho.
É tão bom ter a mente sempre vaga,
e não se preocupar em fazer versos;
ser anônimo, ter outro universo,
outro zéfiro que meu rosto afaga!
É tão bom concorrer a outra vaga,
e dos poemas, ser sempre meio disperso;
e, no mar de palavras, não está imerso,
e esquecer para sempre a sua saga!
Seria bom, se no abrir das cortinas,
fosse branda, essa minha triste sina...
Eu viveria como qualquer um!
Mas só tive no meu destino a sorte
de carregar nos ombros o suporte,
que carrega todo homem incomum!
Miguel de Souza
sábado, 29 de julho de 2017
EM TUDO
Estás em tudo que vejo
Estás em tudo que faço
Estás no que mais almejo
Estás no caminho que traço.
Estás nos olhos do cego
Estás na voz do mudo
Estás em tudo, não nego
Não nego que estás em tudo!
Estás na inocência da criança
Estás na natureza em si
Estás na minha esperança
Em em tudo que me leve a Ti.
Estás no calor do sol
Estás no brilho da lua
Estás nos dias em prol
Da existência que continua...
Estás em todo canto:
Na minha voz! No meu grito!
E para o meu espanto!
Estás em tudo, e descansas no infinito!
Miguel de Souza
In: Pérgula Literária VI
P. 44
sábado, 22 de julho de 2017
DIA DOS AVÓS
VOVOCIDADE OU AVOCIDADE?
Assim como existem as palavras paternidade e maternidade, deveria existir a palavra "vovocidade" ou "avocidade". O exercício de ter netos. A qualidade de ser avós.
Reportagem recente de A Crítica fala de Renata, que não tinha sobrenome e nem documentos. Ganhou judicialmente esse direito à cidadania. Renata viveu até os dezoito anos numa instituição de acolhimento de crianças. Sem nunca ter sido adotada, cresceu e se tornou adulta no orfanato, de onde saiu para a vida.
O sobrenome que adotou é uma homenagem a uma espécie de padrinho que tinha no orfanato. A Defensoria Pública argumentou em juízo que ausência do sobrenome causava constragimentos e impedia a prática de atos da vida civil. A Vara de Registros Públicos atendeu ao pleito e foi incluído um sobrenome, mesmo que fictício, nos registros de Renata.
Está de parabéns a Defensoria, o Ministério Público e o Poder Judficiário. Renata, muito feliz, disse que vai entrar com ação para mudar os registros dos filhos e regularizar a situação do mais velho, que mora com ela, mas o pai é que tem a guarda do menino.
Pensei nessas crianças que nunca terão avós. Jamais saberão o que é "vovocidade". Dia 26 de julho é comemorado o dia dos avós, data promulgada pelo Papa VI em homenagem a Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria, mãe de Jesus. Apesar da referência católica, o dia entrou para o calendário laico, pelo menos, no Brasil.
Minha neta Maria Luísa tem avós maternos e paternos, os quatro exercem com alegria, plenitude e muito amor essa função divina e maravilhosa da "vovocidade". Não é preciso muito esforço para notar como a interação entre netos e avós é positiva. A convivência é muito benéfica para ambos.
Maria Luísa é uma privilegiada. Levá-la para passear e brincar não é uma obrigação ou uma forma de gastar a energia dela. Estar com a nossa netinha é uma oportunidade deliciosa de curtir e se divertir de verdade com ela.
É um grande contentamento o exercício da "vovocidade" ou seria "avocidade".
Pedro Lucas Lindoso
In: Palavra do fingidor
*************************************************************************
Dos meus avós tive mais contato com os maternos: o Vovô Luiz e a Vovó Chiquinha, chamados por nós carinhosamente de Pai e Mãe. Dos registros dessa pouca convivência restaram dois poemas onde relato fatos marcantes que perduram na minha retina. Aqui minha homenagem a ambos. É com emoção que publico tais poemas! Êh, saudade!
VOVÔ
Assim como existem as palavras paternidade e maternidade, deveria existir a palavra "vovocidade" ou "avocidade". O exercício de ter netos. A qualidade de ser avós.
Reportagem recente de A Crítica fala de Renata, que não tinha sobrenome e nem documentos. Ganhou judicialmente esse direito à cidadania. Renata viveu até os dezoito anos numa instituição de acolhimento de crianças. Sem nunca ter sido adotada, cresceu e se tornou adulta no orfanato, de onde saiu para a vida.
O sobrenome que adotou é uma homenagem a uma espécie de padrinho que tinha no orfanato. A Defensoria Pública argumentou em juízo que ausência do sobrenome causava constragimentos e impedia a prática de atos da vida civil. A Vara de Registros Públicos atendeu ao pleito e foi incluído um sobrenome, mesmo que fictício, nos registros de Renata.
Está de parabéns a Defensoria, o Ministério Público e o Poder Judficiário. Renata, muito feliz, disse que vai entrar com ação para mudar os registros dos filhos e regularizar a situação do mais velho, que mora com ela, mas o pai é que tem a guarda do menino.
Pensei nessas crianças que nunca terão avós. Jamais saberão o que é "vovocidade". Dia 26 de julho é comemorado o dia dos avós, data promulgada pelo Papa VI em homenagem a Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria, mãe de Jesus. Apesar da referência católica, o dia entrou para o calendário laico, pelo menos, no Brasil.
Minha neta Maria Luísa tem avós maternos e paternos, os quatro exercem com alegria, plenitude e muito amor essa função divina e maravilhosa da "vovocidade". Não é preciso muito esforço para notar como a interação entre netos e avós é positiva. A convivência é muito benéfica para ambos.
Maria Luísa é uma privilegiada. Levá-la para passear e brincar não é uma obrigação ou uma forma de gastar a energia dela. Estar com a nossa netinha é uma oportunidade deliciosa de curtir e se divertir de verdade com ela.
É um grande contentamento o exercício da "vovocidade" ou seria "avocidade".
Pedro Lucas Lindoso
In: Palavra do fingidor
*************************************************************************
Dos meus avós tive mais contato com os maternos: o Vovô Luiz e a Vovó Chiquinha, chamados por nós carinhosamente de Pai e Mãe. Dos registros dessa pouca convivência restaram dois poemas onde relato fatos marcantes que perduram na minha retina. Aqui minha homenagem a ambos. É com emoção que publico tais poemas! Êh, saudade!
VOVÔ
Olha a linha do horizonte,
Por detrás
daquela serra...
O último
ponto que encerra ,
A beleza
desses montes.
Se não sabe,
quer que conte
O que por lá
se descerra?
O último
ponto da terra,
Diante de
nossas frontes!
Da varanda
da morada,
Com a voz
emocionada,
Relatou-me o
VOVÔ Luiz.
Jamais me
saiu do tino,
Esse tempo
de menino,
Em que eu
era muito feliz!
Miguel de
Souza
VOVÓ
Da VOVÓ,
lembro-me bem,
-enxergava
pelos tatos-
Colher,
garfo, copo, prato...
Tudo, enfim,
que lhe convém.
Até meu
rosto também,
Ela sabia de
fato;
Era mesmo o maior barato,
Ela era como
ninguém!
Na boca, o
seu cachimbo.
Esse era o
seu carimbo,
Que marcava
a sua imagem...
Eu, menino levando
água,
Sem trazer
nenhuma mágoa,
Por aquela
rica passagem.
Miguel de
Souza
sábado, 15 de julho de 2017
3
Qualquer ruído nessa noite me assusta. Nessa noite não é permitido qualquer ruído. A presença de quem quer que seja nessa noite me assusta. Não lhes dou a permissão de transpor essas paredes ignorando a porta. A porta para eles não tem serventia. O concreto não existe, o palpável não se palpa. Eu sou o futuro de um passado sem presente. A vida da vida da vida, eu sou. Não tenho medo. tenho fé.
Miguel de Souza
Miguel de Souza
sábado, 8 de julho de 2017
uma palavra
há uma mancha,
uma nódoa
criada por quem não tem
a responsabilidade de
manter o conceito
dessa palavra.
tão sublime...
tão acima do comportamento rídiculo
de quem pensa sê-lo!
tornou-se pejorativa
essa palavra.
tão usual a muitos
a se deleitarem sobre a sombra
fresca daqueles que se tornaram grandes
por terem dado o devido valor
a essa palavra.
é preciso resgatar tal valor,
limpar essa mancha,
retirar toda a nódoa,
cicatrizar a enfermidade
para, enfim, poder dizê-la
em alto e bom som sem o
vexame daqueles que teimam
em ser sem sê-lo.
Miguel de Souza
uma nódoa
criada por quem não tem
a responsabilidade de
manter o conceito
dessa palavra.
tão sublime...
tão acima do comportamento rídiculo
de quem pensa sê-lo!
tornou-se pejorativa
essa palavra.
tão usual a muitos
a se deleitarem sobre a sombra
fresca daqueles que se tornaram grandes
por terem dado o devido valor
a essa palavra.
é preciso resgatar tal valor,
limpar essa mancha,
retirar toda a nódoa,
cicatrizar a enfermidade
para, enfim, poder dizê-la
em alto e bom som sem o
vexame daqueles que teimam
em ser sem sê-lo.
Miguel de Souza
sábado, 1 de julho de 2017
ENTREVISTA
As respostas
abaixo foram dadas por professores, escritores, psicólogos. Enfim, formadores
de opinião que garimpei em alguns programas que venho bisbilhotando na telinha
como: “PROVOCAÇÕES”, “IMPRESSÕES DO BRASIL”, “ENTRELINHAS”, “CAFÉ FILOSÓFICO”,
entre outros. Tomei o cuidado de não externar o nome dessas pessoas para ficar
um pouco mais interessante.
O que é
poesia?
Não sei. Sei
o que não é poesia. E uma vez eu sabendo o que não é poesia, todo o resto será
poesia.
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