Às vezes paro no bulício da vida,
a contemplar os gestos do mundo, e
fico pasmo segundo a segundo,
com o que vejo nesta luta renhida!
E viro fera, às vezes, espavorida!
e, de raiva, rancor, também me inundo,
com a injustiça corroendo a fundo,
a alma do povo sem gozar guarida!
e, se me perco a calma, eu sei, às vezes,
por saber que nos próximos 48 meses,
somos nós quem regemos o futuro...
É porque a culpa é somente nossa,
de colocar lá no poder quem possa,
atravancar esta nação no escuro.
Miguel de Souza
In: Poemais
P. 89
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