O vento que me acaricia o rosto, os sonhos que transportam aos lugares mais longínquos do planeta?
Os filhos que coloquei no mundo.
Os fantasmas que cruzaram e sombreia meus caminhos?
Não sei. Qualquer resposta seria inepta, faltariam argumentos convincentes.
Passei dos trinta, sessenta, caminho a passos largos aos noventa.
No outono da vida, a natureza começa a traçar novos riscos, marcas; sulcos mais
profundos vão ficando na pele flácida.
Somos árvores envelhecidas, corroídas pelos cupins, aguardando um vendaval mais forte para
tombá-las, deixando à mostra suas raízes.
Sinais do tempo.
Algumas pelo nome e qualidade da madeira sobrevivem em peças mortas, entalhadas; outras queimarão nas caieiras, caldeiras, transformadas em carvão de pedra ou pó...
E o abraço? Este ato tão simples e importante.
Ficará para um futuro.
BEM MAIS DISTANTE.
Ana Zélia
P.S.: Para relembrar a minha querida amiga Ana Zélia, uma das mulheres mais dignas que conheço. Compactuo contigo deste sentimento, a falta de um abraço é algo que também sinto. Não foi à toa que escrevi também o meu POEMA DO ABRAÇO, e, numa crítica, abraço todos os personagens criados por mim, na ausência de um verdadeiro abraço.
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