Já disse em momentos outros que poema não é um texto qualquer
com palavras dispostas de uma forma estranha no papel. É, antes de tudo, o relato
de algo muito forte que o poeta sente no devido momento de sua criação. E Ana Zélia nos dá uma lição Maravilhosa de
como surge um poema. Leiam o que ela diz sobre o seu magnífico texto, A
Mensagem da Vela:
“-Um dia negro em minha vida. Perdia a última esperança e
achava que a morte seria a solução. Acendi uma vela e pedi a Deus forças,
rezava em silêncio. A vela queimou, apagava, estava no fim.
De repente ela reacende linda como a lutar pela vida. A lição
estava dada. Deus é maior. Mudei modos de vida e venci."
A MENSAGEM DA VELA
É o fim...
Ela tenta, tenta reacender.
Um fiasco de luz azulada que se confunde com o
vermelho do fogo que morre.
Tenta, tenta reacender e fenece...
A vela está no fim.
Uma luz efêmera que se extingue.
Fico horas a vê-la, contemplando a luta entre
a chama acesa e a que se finda.
Há um pouco de cera, parafina e ela tenta,
tenta fazer vibrar o fogo que se esvai.
Morre!
Morre!...
Não! Uma chama renasce, viva, linda,
como a dizer com alegria:
- Não morra! Você precisa viver,
renasça como eu
das cinzas...
Ana Zélia
In: Revista Brasília
abril/maio 2005.
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