quarta-feira, 15 de outubro de 2014
HOMENAGEM
Há 15 anos o Brasil perdia um dos seus maiores nomes na literatura, o poeta João Cabral de Melo Neto. Dono de um estilo único se dizia odiar os decassílabos pelo fato de ter que ouvir todos os dias sonetos lidos na escola. Quando se descobriu poeta, pode perceber que poderia criar uma obra em que cada verso valesse um soneto. Talvez, por isso, sua obra é tão singular.
Nasceu no Recife, a 6 de janeiro de 1920, filho de Luiz Cabral de Melo e de Carmem Carneiro Leão Cabral de Melo, de antigas famílias de Pernambuco e Paraíba. Pelo lado paterno é quarto neto de Antônio de Moraes e Silva, o Moraes do dicionário, e primo de Manuel Bandeira e Mauro Mota. Pelo lado materno é primo de Gilberto Freyre e do historiador José Antônio Gonsalves de Melo. Foi eleito por unanimidade para Academia Brasileira de Letras em 1968, na vaga de Assis Chateaubriand.
Obras do autor:
Pedra do sono (1940-1941)
O engenheiro (1942-1945)
Psicologia da composição (1946)
O cão sem plumas ( 1949-1950)
Paisagens com figuras (1954-1955)
Uma faca só lâmina (1955)
Quaderna (1956)
Serial (1959-1961)
A educação pela pedra (1962-1965)
POÉTICA
Pro João Cabral de Melo Neto
No espelho branco
seu verso franco
desenha a imagem
em paralaxe
do torso tempo:
anticrástino
e face vária
amplo templo.
No espelho franco
seu verso nácar
lavou o rosto
sem ter disfarce
e criou asas
e bateu asas
e voou longe
nas asas do tempo...
Miguel de Souza
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário