Velhas Árvores
Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:
Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem.
Olavo Bilac
Papel
Para Olavo Bilac
Sê como aquelas árvores antigas,
impolutas à beira do caminho,
recebendo do vento tal carinho,
e oferecendo sombra a quem se abriga.
Ou companhia ao ser sempre sozinho,
a transitar por entre elas, amigas,
as árvores tão boas quanto antigas,
a esparzirem caridade p'lo caminho.
Sê como elas, benéficas ao mundo,
ao saciar a fome do moribundo.
A reinar sobre a terra e sob o céu!
E mesmo empós, da serra, a ouvir-lhe o ronco,
a podar-lhe rés a terra pelo tronco,
mesmo empós, ela cumpre o seu papel!
Miguel de Souza
In:. Poemais
P:.25
Nenhum comentário:
Postar um comentário