domingo, 30 de setembro de 2018

POETA


Na grande fábrica do mundo,
Se me perguntarem qual o meu ofício,
Direi como funcionário:

Trabalho no estoque:
Selecionando, experimentando, arrumando palavras...
Separando-as por ordem.
Cada qual no seu devido lugar.

Emprestando-lhes muitas vezes novos significados.
E armazenando-as numa posição estranha
No corpo de um papel.

Para que o mundo possa me chamar de poeta.


Miguel de Souza







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