domingo, 24 de junho de 2018

TROCA


O inverno se despede. Chega junho.
O calendário, neste instante, meia.
O perigo de tantas doenças freia, e
Recebo certa carta escrita a punho,
   
Do maior escritor que há nesta aldeia, ao 
Qual respeitosamente, eu não alcunho!
E dou a Ele, o meu triste testemunho,
O motivo óbvio de estarmos na peia!

E inserido no rol dos poetastros,
Vejo luzir o rei maior dos astros,
Nessa interminável lona azul.

Por essas e por infindáveis vezes,
Aqui em Manaus, a cada seis meses,
Troca-se a estação no meu iglu.

Miguel de Souza



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