A LIBERTAÇÃO DO ESCRAVO ZACARIAS
O escravo Zacarias parte em fuga,
Por achar esquisita a sua vida;
E é capturado logo em seguida,
Por seu senhor que o prende e o subjuga.
Mas quando, ao ser levado de volta,
Passaram próximo da capelinha,
Ele pediu pra junto à imagenzinha,
Apesar de ser vítima de escolta,
Rezar com sua fé na Virgem Santa.
A fé em Nossa Senhora foi tanta,
Que as correntes e argolas que ele tinha,
Romperam-se e quedaram-se aos seus pés!
Seu senhor deu-lhe a sua liberdade,
E Zacarias, um dos filhos mais fiéis.
O pequeno mendigo paralítico
A imagem da Virgem Santa: Nossa
Senhora da Conceição Aparecida,
Diante daquela gente tão sofrida,
que se acotovelavam a Vossa
presença, ávidos por um milagre;
parece exercer algum fascínio,
por internalizar em seus escrínios,
curas a quem o povo Vos consagre!
Pois, veio de Barra Mansa a notícia,
De um menino quase paralítico,
Que ouviu o conselho de um
missionário.
Envolto no apogeu de suas primícias,
Tendo na Virgem Santa, algo mítico,
O mesmo foi curado com o novenário.
A imagem da Santa estava esposta,
E vinha todo dia rezar uma menina,
Que tinha sido péssima a sua sina,
Pois, fora vítima de uma ira posta a
Ela, por um imigo de seu pai!
Que, com ares maldosos, assassinos,
Mudara o curso do seu destino,
transformando sua vida num grande ai!
Um dia, pede à sua mãe uma moeda,
Para depositar ao pé da imagem,
Impossível para alcançar a altura!
Com fé, e sem temer aquela queda,
A menina vestiu-se de coragem,
E ofertou-a à Santa. E obteve a cura!
Diante de uma
onça feroz
Este fato narrado por carta,
Ocorreu na Fazenda das Araras:
Tiago Terra que por lá andara,
E de Nossa Senhora não se aparta,
Foi surpreendido por uma feroz
Onça, que atravessou seu caminho;
Sem armas e, sem forças e, sozinho...
Só lhe restou recorrer-vos a Vós!
E deu um grito forte de socorro:
– Valha-me, minha Mãe Aparecida!
Que a onça assustada saiu à direita,
Deixando Tiago ileso, num modorro,
Agradecendo à Santa pela vida,
Por ser até hoje pessoa escorreita!
A serra elétrica parou milagrosamente
Dos milagres de Nossa Senhora,
Esse foi mais um feito nessa terra:
De ter parado a elétrica serra,
No exato instante, em cima da hora
De decepar o braço do Seu José.
Que estava a fazer um reparo,
Sem saber que custava tão caro, e
Foi salvo, dessa forma, pela fé!
Pois ele ficou com o braço preso,
Mas saiu daquilo tudo são, ileso,
P’la fé depositada em Nossa Senhora.
E naquele momento de perigo,
Clamou à Nossa Senhora Aparecida! E
digo
Que ele foi atendido nessa hora!
Desenganada pela medicina,
Recolhida, imóvel, ao seu leito,
Sua vida não teria outro jeito,
Era mesmo de dar dó sua sina!
Foi quando teve a ideia de pagar
Uma promessa feita, e não cumprida!
A Nossa Senhora Aparecida,
E ir à Vossa capela visitar.
Após longo tempo de muita reza,
Como uma devota que se preza.
Sentiu um toque sobrenatural!
Com muito esforço conseguiu mover-se,
Daí a pouco, por completo,
locomover-se,
Afastando de si aquele mal!
Miguel de Souza
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