sexta-feira, 8 de setembro de 2017

O FUMAÇA

O “Fumaça” não se foi qual fumaça,
Como se foram muitos desse tempo.
Nos percalços da vida, contratempos,
A ingerir também doses de cachaça.
                            
Como um bruto zagueiro, ele rechaça
Bem pra longe essa tal bola-tempo,
Em vão... Pois fica sempre o tal exemplo,
Ou bom ou mau que nunca mesmo passa.

Tenho asco dos que de ti, sentem asco,
Querido companheiro da infância,
Do qual o tempo, a meu ver, foi carrasco.

Como poeta que sou, extraio substância
Das substâncias contidas em frascos,
E oferto a todos minha repugnância!


Miguel de Souza


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