terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

CURIOSIDADE LITERÁRIA

Em agosto entrei numa lanchonete para merendar. Lá pelas tantas, se aproxima uma moça, perguntando qual a minha religião. Sou católico, respondi à moça. Pediu-me uma ajuda para a sua igreja, e me ofereceu um escapulário e uma imagem de um Santo por R$ 2,00. Coloquei a mão no bolso e, como não tinha dinheiro trocado, entreguei a ela R$ 10,00, esperando evidentemente, R$ 8,00 de volta. Ela avançou sobre a nota de R$ 10,00 como um faminto avança sobre um prato de comida. Estranhei aquele comportamento. - Espera aí disse a moça, que vou ali trocar o dinheiro e trazer o restante. Assim que ela saiu, o atendente da lanchonete disse: - ela não volta mais, você caiu no golpe! - Se ela me enganou, problema dela, respondi ao atendente meio sem jeito. Ao pagar a merenda para a caixa, que já me conhecia, pois não é de hoje que freqüento a lanchonete, ela me disse: - eu trabalho aqui há 20 anos, não são 20 dias, eu sei distinguir todo tipo de pessoas que entram aqui, se você quiser praticar a caridade a alguém, reserve um pouco do seu dinheiro para os idosos que estão desassistidos nos asilos, para os doentes esquecidos nos hospitais, para as crianças que estão nas casas de misericórdias, enfim... Tomei isto como lição. Mais tarde, escrevi o soneto abaixo, talvez para desabafar, não sei, enfim, eis o soneto:


SONETO BRUSCO
                                        A uma golpista

Coitado de quem tenta, num engodo,
Enganar o outro ardilosamente,
Com astúcia, com artimanha, crente
De que... E sair de cena com apodo

De golpista, a viver metido em lodo!
Coitado de quem, para enganar, mente,
Usando de má fé com toda a gente,
E que com isto, vai me ferrar todo.

Coitada dessa gente desonesta,
Que veio ao mundo atrapalhar a festa,
E que não sabe nem viver a vida.

Coitada de quem se acha sempre esperta,
De quem pensa que dessa forma acerta,
Mas está enganando-se a si, querida!

Miguel de Souza
        

  

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