Recordando a minha pré-adolescência, lembro-me da
Bia Bedran, uma contadora de história de um programa da antiga T.V.E. E lembro-me também de uma frase que marcou essa época: “Senta que
lá vem a história”, de outro programa muito bacana, “X Tudo”.
Estou contando essas coisas, porque outro dia, me deparei com
essa frase num blog muito interessante de uma garota de programa: “Rodando
Bolsinha”, e esta frase me levou aos tempos de antanho... Quando, ao chegar da
escola, me sentava defronte ao aparelho de T.V para assistir esses programas
que foram fundamentais na minha vida. Se alguém, por acaso, me perguntar o que
é a felicidade? Digo sem medo algum de errar, que a felicidade é você chegar da
escola, jogar os cadernos num canto qualquer, tomar um copo de café com leite e
pão com manteiga derretendo... Humm!! E aprender coisas tão importantes quanto
o que se aprendia na escola. Hoje, as TVs não são as mesmas!
De certa forma, me transformei também num contador de
história. Pois vivo dizendo coisas através dos poemas que escrevo, ou que se
deixam escrever. “O poeta é um observador”. Este é o verso inicial de um poema
escrito por mim, e que traduz, de alguma forma, o nascedouro da arte. Pois tudo
nasce da observação. Então, peço licença para fazer uso dessa maçante frase:
SENTA QUE LÁ VEM A HISTÓRIA!
História de um beijo
Pra Marcela
Ainda guardo no caderno
A forma da tua boca...
Que num gesto muito terno,
Numa noite muito louca!
Sem nenhuma cerimônia,
Beijaste-o pra minha intriga...
E, feito aquele que sonha
Tê-la mais do que uma amiga,
Contentei-me com teu gesto.
Mas tive-o como uma afronta!
Pois teu gesto muito lesto,
Como algo que me apronta,
Deixou-me com tão ciúme
Daquele feliz caderno,
Que até hoje tenho queixume,
Sobre aquele beijo eterno!
Ah! Como queria sê-lo,
Nem que seja por um minuto!
E teu beijo, enfim, tê-lo,
Sem precisar ficar puto
Com o meu amigo de guerra
- afanador de desejos! -
E, por aqui, se encerra,
A história desse beijo.
Miguel de Souza
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