domingo, 24 de maio de 2015

estigmas

quando findar o último fio negro
de cabelo que há nesta cabeça
e, enfim, chegar a mim, o sossego
da última sombra, a sombra mais espessa...

a grande sombra, a sombra da promessa
não mais existirá... por isso, chego
como algo que Alguém vem e arremessa
e me destina a um outro aconchego.

e nas agruras todas desse universo
eu, "somente sou quando em verso"*
alguém consiga decifrar meus enigmas

e traduza, eloquente, em certas loas
os mistérios oníricos, -coisas boas!-
e as dores, os descasos, os estigmas.


* verso de Thiago de Mello

                             Miguel de Souza

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