sábado, 10 de maio de 2014

MINHA MÃE

     Minha Mãe me ensinou tantas coisas que fica até difícil enumerá-las. Lembro-me sempre da MAMÃE envolta em afazeres, sejam em afazeres domésticos ou colhendo quiabo, tomate ou feijão para nosso consumo.
     Mas, a lembrança mais marcante era quando íamos de canoa à taberna, a fim de provisões, mantimentos para a dispensa do lar. Aquela viagem calma, contemplativa, era poética! Éramos dois personagens a compor aquela paisagem, sem pressa alguma de chegar. Talvez, por isso, sou ensimesmado, quase em estado de nirvana, às vezes.
     E refaço, sempre que posso aquela viagem, mesmo sendo um homem citadino. Revejo os lugares, os pássaros, as garças a refletirem-se no espelho d'água, as plantas aquáticas, enfim, revejo tudo!
     E, nessa loucura que é a cidade, ainda tenho tempo para admirar a lua, ouvir grilos, o coaxar dos sapos, o incrível sabiá! ainda tenho tempo para a vida!  

GRATIDÃO

Venho neste soneto, oh, Mãe querida,
nesta data em se comemora
o Vosso dia ... Venho sem demora,
Agradecer-vos pela minha vida!

Pois quando era indefeso, sem saída!
Nas primeiras, premissas, faustas horas,
num tempo insenciente de outrora,
amparaste-me emVossa nobre lida.

Hoje, depois de tanto tempo, homem feito,
ainda sinto a gratidão no peito,
Pelo carinho àquele ser franzino ...

Mas, eu tenho certeza, a maior láurea,
foi ter nascido da Senhora, D. Áurea,
para poder cumprir o meu destino.

                         Miguel de Souza

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