Por que Deus nos oferta
-o choro da vida-
em contraste com a
alegria comovida
de quem nos espera?
E, logo em seguida,
como num ato cruel,
com prantos de fel,
reclamar na partida!
Por que Deus consente:
O riso da vinda,
o primeiro passo,
o primeiro dente,
o primeiro "a,"
o primeiro "tudo,"
se um dia finda,
estaremos mudos?!
A alegria da vinda,
com a dor da ida...
O que há mais ainda
por trás da própria vida?!
Nascemos para a perda!
E, depois de tudo isso,
o que será que se herda?
Por que Deus é cruel,
a ponto de deixar o
homem de luto!
É por causa dessas e outras...
Que eu, hoje, com Deus,
estou puto!
Miguel de Souza
P.S.: Um poema questionador. Mas, que guarda de chocante só o título.
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