domingo, 20 de outubro de 2019

É PRECISO SABER ERRAR


                                                                                                                  
Sempre acreditei no poeta! Nunca, em tempo algum dei ouvidos a terceiros cheios de suas verdades contidas em alfarrábios obedientes a certas regras repugnantes! O poeta senhores, é o oposto disso tudo! Ser poeta é desdizer o que fora dito antes. Tão certamente dito antes por senhores que andam na trilha.
Um novo poeta sempre vai entregar seu rosto a bofetes baratos daqueles que se dizem doutos no assunto ou meros repetidores dos que se acham alguma coisa nesta vida. (Eu mesmo já passei por poucas e boas!) Abaixo todos eles com suas certezas fáceis a vomitarem boca a fora nas ocasiões mais sórdidas que possam existir!  
Mas ser poeta não é errar. É acima de tudo saber errar. Ser cônscio no seu erro. Outro dia, há mais de dez anos, encontrei num poema a palavra “exalou” escrito com “i” e “z”, assim mesmo: izalou. E, ao perguntar ao meu professor, na época, ele disse: - Pegue este poema e jogue na lixeira mais próxima. É inadmissível a um poeta errar na grafia. Aquilo me deixou muito bolado.
Não obedeci ao professor e guardei o poema comigo. Depois desse hiato que citei no parágrafo acima, já nos bancos da faculdade, descobri que o poeta estava certo e o professor errado. Pois errar na grafia é uma tendência Modernista. Os Modernistas erravam na grafia para afrontar a Escola anterior que primava pelo acerto ortográfico/gramatical. Se ainda estamos sob os auspícios Modernistas, então o poeta está correto no seu poema.
    








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