RUA DA MINHA INFÂNCIA
Relembro a rua da minha infância,
Sempre sortida desses curumins,
Qual madeira apinhada de cupins...
Cena longínqua a se perder à distância!...
Onde essa vida, sem nenhuma ânsia,
Passava vera sob os nossos patins...
Quais copos a esbarrar-se em tintins,
Hoje, celebro aquela abundância!
A rua enfileirada de moleques,
O meu irmão quase sempre de pileque,
Foi a cena que marcou essa meninice!
Hoje, olho para tudo com riqueza,
Porque Deus me ofertou esta proeza de
dizer em versos o que ninguém disse!
Miguel de Souza
RUAS DA INFÂNCIA
Ruas da
infância, casas conjugadas,
Com seu
dolente som de realejo,
Ainda escuto
o seu velho arpejo,
Pelas
cadeiras postas nas calçadas.
Casas tão
juntas quase irmanadas,
Vindas dos
sonhos que ainda vejo,
Com as
fachadas plenas de azulejos,
Como vivessem
assim com as mãos dadas.
Os
paralelepípedos expostos,
Mosaicos bem
juntinhos, justapostos,
Se contados
somam-se um a um.
Rua de
coisas somente pra contar,
Ou esconder
às vezes do falar,
Rua de todos
nós ou de nenhum.
Fernando
Cunha Lima
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