domingo, 7 de dezembro de 2014
FLORBELA ESPANCA
Em oito de dezembro de 1894. Alta madrugada. Nasce em Vila Viçosa (Alentejo), na rua Angerino, Florbela d'Alma da Conceição Espanca. Sonetista excelente, Florbela Espanca expressa suas emoções em linguagem telúrica, de imagens fortes, impregnadas de verdade física e arrebatamento.
Poetisa de um lirismo fortemente marcado por sua terra, pôs em versos, de aparência parnasiana, o erotismo e a liberdade que expressou e assumiu pioneiramente na obra como na vida.
Não usava máscara diante dos problemas da vida, nem subterfúgio ao expressá-los em seus autênticos sonetos.
Obras:
Livro de Mágoas (1919),
Livro Soror Saudade (1923),
Charneca em Flor (1930) e
Reliquiae (1931)
Na passagem de 7 para 8 de dezembro de 1930 -ritualisticamente no dia de seu aniversário- Florbela d'Alma da Conceição Espanca suicida-se em Matosinhos, ingerindo uma dose excessiva de Veronal. Algumas décadas depois, em maio de 1964, seus restos mortais são transportados para Vila Viçosa.
MAGNITUDE
Para Florbela Espanca
Solidarizo-me com os teus versos
Oh, magnânima poeta portuguesa
Tu que cantaste a tua natureza
e, espalhaste por todo esse universo
Teus sonetos tão cheios de beleza
e, ao mesmo tempo, tão contraversos
que a quedar-me estaticamente imerso
chego, por todo esse talento, com certeza!
Poeta triste, e de feição tão amena
que comovia a todos! E serena
por traduzir ao mundo tal lirismo.
Qual este ser que não se comove
ao ler: "Livro de Mágoas" de 1919
e no livro seguinte: "Fanatismo".
Miguel de Souza
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